IVONE BOECHAT

Os pescadores de uma cidadezinha reuniram-se para discutir sobre um fato que há muito tempo os impressionava. Entre eles, havia um amigo que chamava a atenção pelo comportamento: estava sempre alegre, não reclamava do mau tempo nem da escassez de peixes. Seu barco voltava cheio de grandes peixes. Era o último a entrar no mar, mas o primeiro a sair. Vivia cantando.
Certo dia, conforme foi combinado, ficaram todos os pescadores na praia à espera daquele companheiro que impressionava por tudo o que fazia. Esse, ao chegar, vendo tanta gente ali, parada, num dia tão bonito, ficou assustado.
- Que aconteceu?
Seus companheiros responderam quase em uníssono que o estavam aguardando. Um representante foi designado para interrogá-lo. Afinal, qual seria o segredo de uma vida tão alegre?
Entre curioso e espantado, o pescador sentou-se na areia para ouvir as perguntas. Silêncio e expectativa! Ele pensou, pensou, e, calmamente, disse aos amigos:
- Não tenho segredo! O que faço todos os dias, antes de começar a trabalhar? Entro no barco, ergo meu chapéu, olho para o céu e falo bem baixinho:
- Senhor, o meu barco é tão pequeno e o seu mar é tão grande! Trabalho feliz, não tenho medo, porque não me sinto sozinho, em nenhum instante.
Seus amigos ouviram, emocionados, aquele depoimento e saíram, pouco a pouco, pensativos... Com certeza, naquele dia, algo muito importante aconteceu no coração de todos. Conseguiram reservar alguns momentos para meditar sobre o significado da fé. Os valores que estabeleciam para suas vidas estavam estruturados no materialismo, na competição desleal e no lucro desenfreado, cada qual querendo mais vantagens que o outro. Viviam impregnados pela grosseira idéia de que suas forças eram bastante para vencer os desafios do mar da vida.
Ivone Boechat



 A Paz!





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